AFRICÂNIA
JOSÉ DE GUIMARÃES
EM COLABORAÇÃO COM A CASA DA CERCA - CENTRO DE ARTE CONTEMPORÂNEA
José de Guimarães, um dos mais
prestigiados nomes das artes plásticas portuguesas, é o autor do
cartaz deste ano do Festival de Almada. Assinalando o acontecimento,
e à semelhança do que tem sido habitual nas edições anteriores, a
Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea organiza, em
colaboração com o Festival de Almada, uma exposição deste artista,
que ele intitulou Africânia.
A exposição tem como referencial
paradigmático a universalidade mágica que José de Guimarães apreende
como alusão lúdica. Na expressão miscigenada dos seus trabalhos a
noção etnográfica de uma clara ascendência africana intrinca-se com
preposições de cariz europeu, em geral, e com a influência de raízes
populares portuguesas em particular. A par com as obras do autor
serão também expostas seis peças de Arte Africana, que no conjunto
da exposição recolhem, ecoam e ampliam as ressonâncias encantatórias
que habitualmente se vislumbram nas obras deste autor.
JOSÉ DE GUIMARÃES
José de Guimarães nasceu em Guimarães a 25 de Novembro de
1939. Em 1957 ingressou na Academia Militar, completando depois a
licenciatura em Engenharia na Universidade de Lisboa, em 1965. Nos
últimos anos da década de 50 obtém bases técnicas, através de lições
de pintura com Teresa de Sousa, de desenho com Gil Teixeira Lopes e
ainda de gravura na Sociedade Cooperativade Gravadores Portugueses.
Nos primeiros anos da década de sessenta dá início à criação do seu
próprio código imagético, auxiliado por viagens pelos principais
centros estéticos da Europa. Entre 1967 e 1974, permanece em Angola,
em comissão de serviço militar, onde é influenciado pela cultura e
etnografias
africanas. Participa em diversas manifestações culturais polémicas
e, em 1968, publica o manifesto Arte Perturbadora. Durante esse
período, interessa-se cada vez mais pelas artes plásticas, o que o
faz participar em várias exposições de arte moderna, obtendo o
Prémio de Gravura da Universidade de Luanda. Em 1967 inscreve-se no
curso de Arquitectura da ESBAL e em 1968 volta a ganhar o 1º. Prémio
de Gravura no salão de Arte Moderna da Cidade de Luanda. Torna-se um
estudioso da etnografia africana, sintetizando-a com a cultura
europeia, o que conduz à criação de um ‘alfabeto’ autónomo,
codificado, para o qual muito contribui o vocabulário misterioso,
necessariamente codificado, do homem africano. José de Guimarães é
um dos artistas mais premiados do País e com maior visibilidade
internacional. A sua obra está representada em colecções públicas e
museus em todo o Mundo.
CASA DA CERCA - CENTRO DE ARTE CONTEMPORÂNEA (ALMADA)
De 22 de Junho a 27 de Setembro
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PEDRO CALAPEZ: ALGUNS ESTUDOS E
DESENHOS
PEDRO CALAPEZ
A exposição que agora se apresenta para a inauguração da galeria de
exposições do novo Teatro Municipal de Almada tem como ponto de
partida alguns dos estudos que o pintor Pedro Calapez realizou no
âmbito da concepção da cortina de cena deste novo teatro. Uma
selecção desses projectos digitais materializados em impressões de
alta qualidade demonstram as diferentes aproximações que o artista
experimentou até decidir, em colaboração com os arquitectos Manuel
Graça Dias e Egas José Vieira, qual o eleito para ser ampliado.
Igualmente se mostram alguns desenhos a pastel de óleo sobre papel,
realizados posteriormente à execução da cortina, e que revelam como
esses primeiros estudos se incluem na produção plástica do pintor.
Achou-se igualmente interessante revelar aos visitantes alguns
testes de cor à escala natural, permitindo assim a visualização do
desenho da cortina a uma distância que normalmente não lhes é
acessível.
PEDRO CALAPEZ
Pedro Calapez nasceu em Lisboa (1953), onde vive e trabalha.
Tendo iniciado estudos de engenharia civil, transferiu-se para a
Escola de Belas Artes de Lisboa em 1976, depois de ter frequentado o
Curso de Formação Artística da Sociedade Nacional de Belas Artes.
Enquanto frequentou Belas Artes trabalhou como fotógrafo
profissional até lhe ser possível dedicar-se de um modo intensivo à
pintura (a partir de 1985). Entre 1986 e 1998 foi professor no Ar.Co,
Lisboa, tendo sido responsável pelos departamentos de desenho e de
pintura. Começou a participar em exposições ainda nos anos 70, tendo
realizado a sua primeira exposição individual em 1982. Desde aí tem
exposto individualmente tanto em Portugal (Fundação Gulbenkian,
Museu do Chiado, Galeria Presença, no Porto, etc.) como no
estrangeiro (Roma, Paris, Cáceres, Witten e Valência).
Colectivamente, esteve representado nas Bienais de Veneza (1986) e
S. Paulo (1987 e 1991).
Realizou igualmente cenografias para espectáculos, assim como
executou diversas obras públicas, tendo projectado uma praça para a
Expo ‘98 e um painel cerâmico para o Metropolitano de Lisboa. Está
representado em diversas colecções públicas e privadas.
Pedro Calapez é também o criador do painel Nove cenas para um
teatro (2005), que realizou expressamente para o foyer do Teatro
Municipal de Almada.
Recebeu, entre outros, o prémio União Latina em 1990, o
Prémio de Desenho da Fundació Pilar i Joan Miró, de Mallorca, em
1995 e o Prémio “Ciutat de Palma”, Palma de Mallorca, em 1999. No
ano passado foi o primeiro estrangeiro a receber o Prémio Nacional
de Arte Gráfica, em Espanha, e este ano recebeu o Prémio da
Associação Nacional de Críticos de Arte.
GALERIA DO NOVO TEATRO MUNICIPAL DE ALMADA (ALMADA)
De 1 a 31 de Julho e de 1 de Setembro a 15
de Outubro
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ANTÓNIO LAGARTO: OLHARES CENOGRÁFICOS
ANTÓNIO LAGARTO
De António Lagarto, um dos mais
conceituados cenógrafos portugueses, o Festival de Almada apresenta
um conjunto de cenografias e figurinos de diferentes espectáculos de
teatro, dança, ballet e ópera, realizados em Portugal e no
estrangeiro, ao longo de uma carreira de 27 anos.
Dos seus últimos trabalhos destacam-se Medeia, de Eurípides e
A Mais Velha Profissão, (ambos encenados por Fernanda Lapa), no
Teatro Nacional D. Maria II. Este último foi distinguido com o Globo
de Ouro 2005, para Melhor Espectáculo. A propósito do espaço cénico,
por si criado, da Castro de António Ferreira, encenação de Ricardo
Pais, no T.N.S. João (2003), Alexandre Alves Costa (arquitecto)
afirmou: “...paisagens que já são a tragédia em si...”.
ANTÓNIO LAGARTO
Cenógrafo, figurinista e artista plástico. É Licenciado em
escultura pela St. Martin’s School of Art, frequentou a Faculdade de
Arquitectura de Lisboa e é Mestre em Environmental Media pelo Royal
College of Art de Londres.
Foi Director Artístico do Teatro Nacional D. Maria II (2004 e
2005) e subdirector, de 1989 a 1993. Foi director do Festival
Internacional de Teatro – FIT (Lisboa), de 1990 a 1995.
Os seus trabalhos têm abrangido as áreas de fotografia,
filme, design gráfico, ilustração e arquitectura de interior.
Colaborou com o arquitecto inglês Nigel Coates em diversos
projectos, entre 1975 e 1981.
O seu trabalho tem sido apresentado nos Teatros Nacionais (S.
Carlos, D. Maria II e S. João), no Ballet Gulbenkian, no Centro
Cultural de Belém, no Sadler’s Wells, no Traverse Theatre
(Edimburgo), na Ópera de Turim, no Teatro Maria Guerrero (Madrid) e
no SESC em São Paulo, entre outros.
Para a Ópera de Paris – Palais Garnier e Bastille, criou os
cenários de A Viúva Alegre, de Franz Léhar, encenação de Jorge
Lavelli, transmitida pelo canal Arte. Trabalhou para encenações de
Ricardo Pais, Jorge Lavelli, Alain Ollivier, Maria Emília Correia,
Nuno Carinhas, Cornélia Géiser, João Grosso, Fernanda Lapa, Carlos
Pimenta, e Cândida Vieira e para coreografias de Robert Cohan, Vasco
Wellenkamp, Olga Roriz, Ted Brandson, Paulo Ribeiro, John Cranko e
Georges Garcia.
Recebeu vários prémios, de entre os quais se destacam o
Prémio da Associação Portuguesa de Críticos de Teatro (1987), e os
Prémios Garrett 87 e 89. Da sua programação 2005, no T. N. D. Maria
II, foram ainda distinguidos com os outros 2 Globos de Ouro, para
Teatro: Luísa Cruz (Melhor Actriz) e João Grosso (Melhor Actor).
Participou em exposições no Museu de Serralves, no CCB, na
Galeria Luís Serpa, nas ExperimentaDesign 2005 e 1999, na
Alternativa Zero (1977) e galerias em Londres, Nova Iorque, Florença
e Milão -Portugal 1990/2004, Arquitectura e Design (na galeria da
Triennale).
AGRADECIMENTOS AO TEATRO NACIONAL DE S. JOÃO | MUSEU DE SERRALVES |
INSTITUTO DAS
ARTES
SALA POLIVALENTE DA ESCOLA D.ANTÓNIO DA COSTA (ALMADA)
De 4 a 18 de Julho
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OBSERVATÓRIO DAS ACTIVIDADES CULTURAIS OAC -
EXPOSIÇÃO DOCUMENTAL
EXPOSIÇÃO COMISSARIADA POR FERNANDO FILIPE
O Observatório das Actividades Culturais,
criado em Setembro de 1996, celebra este ano dez anos de existência.
Reconhecendo o importante papel desempenhado por esta instituição no
decurso da última década, e de modo a chamar a atenção para a
imprescindibilidade de uma actividade de pesquisa e estudo sobre os
fenómenos artísticos, o Festival de Almada escolheu o OAC como alvo
da habitual homenagem que todos os anos promove a figuras ou
entidades de relevo no meio teatral. A exposição sobre o
Observatório inclui informações e documentos que permitirão ao
público um maior conhecimento da acção desenvolvida por esta
associação.
O Observatório das Actividades Culturais é uma associação sem
fins lucrativos e tem como fundadores o Ministério da Cultura, o
Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e o
Instituto Nacional de Estatística. Tem como Presidente a Professora
Doutora Maria de Lurdes Lima dos Santos, investigadora coordenadora
do ISC – UL. A comissão integra os Professores Doutores António
Firmino da Costa (ISCTE), José Machado Pais (ICS – UL) e José
Madureira Pinto (FEUP).
Os vogais do Conselho Directivo são os Drs. António Berbeira
Moniz (MC), António Martinho Novo (ICS – UL), José Farrajota Leal (INE),
Leonor Pereira (NE) e, pelo Observatório, Rui Telmo Gomes e José
Soares Neves.
ESCOLA D.ANTÓNIO DA COSTA (ALMADA)
De 4 a 18 de Julho.
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ALGUMAS DE ENTRE NÓS
EXPOSIÇÃO ORGANIZADA EM COLABORAÇÃO COM O LE
MONDE DIPLOMATIQUE
Algumas de entre nós é o título da
exposição e também o nome de um colectivo de mulheres da Maison des
Tilleuls, em Blanc-Mesnil (Seine Saint-Denis).
O colectivo é constituído por um grupo de mulheres de
diversas nacionalidades de origem, que desenvolvem em conjunto uma
reflexão sobre o seu lugar na sociedade, enquanto mulheres. Como se
pode hoje viver com uma dupla nacionalidade? Como cruzar os
itinerários da vida? Como ser mais fortes face à injustiça e à
discriminação?
A exposição nasceu do desejo de criar colectivamente um
verdadeiro diálogo com mulheres do Afeganistão, da Palestina e do
Líbano, com o objectivo de desconstruir as imagens e os estereótipos
que os media nos devolvem, e de encontrar o que nos torna, em
qualquer lado em que vivamos, semelhantes. A pergunta é: “como ser
daqui e doutro sítio?”.
A exposição constitui o complemento do debate Ser daqui e
doutro lado – Subúrbios em França e Portugal, organizado este ano no
âmbito dos Encontros da Cerca.
FOYER DO TEATRO MUNICIPAL DA RUA CONDE DE FERREIRA
(ALMADA)
De 5 a 18 de Julho
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BECKETT: SEM ANOS
EXPOSIÇÃO ORGANIZADA EM COLABORAÇÃO COM A REVISTA DE
TEATRO ITALIANA SIPARIO E COM A FONDAZIONE DI TEATRO ITALIANO -
CARLO TERRON
Rinasce Beckett foi o título da exposição
organizada pela revista de teatro Sipario, em Itália, a propósito do
centenário de Beckett, e que o Festival de Almada traz a Portugal,
com a colaboração da Fondazione di Teatro Italiano – Carlo Terron.
A obra de Beckett, nascido em Dublin em 1906, é geralmente
considerada como uma das mais importantes do século XX e a sua
influência sobre o teatro em todo o Mundo não tem deixado de
crescer, desde a sua morte, em 1989.
Tanto a obra teatral como a romanesca testemunham, em Beckett,
a mesma visão essencial, a nudez da linguagem, ou mais exactamente,
da palavra, que descreve com crueza a condição humana. É esta visão
que dá aos seus textos, ao mesmo tempo, a sua verdade universal e um
despojamento quase abstracto. A sua temática é aparentemente sempre
a mesma, aparentemente sempre repetitiva: o tempo humano, a espera,
o quotidiano, a solidão, a alienação, a morte, a não comunicação, a
vagabundagem, o fracasso ou — às vezes — a esperança, a recordação,
o desejo.
As personagens de Beckett não têm história, nem passado, nem
psicologia. São, sobretudo, vozes: vozes de toda a gente, voz do
homem, dos homens, de todos os homens.
FOYER DO NOVO TEATRO MUNICIPAL DE ALMADA (ALMADA)
De 5 a 18 de Julho
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IBSEN: EXPOSIÇÃO TEMÁTICA
EXPOSIÇÃO ORGANIZADA EM COLABORAÇÃO COM OS ARTISTAS
UNIDOS
E COM O APOIO DA REAL EMBAIXADA DA NORUEGA EM LISBOA
A propósito da estreia da peça A Mata,
pelos Artistas Unidos, que assinala a estreia em Portugal do
dramaturgo norueguês contemporâneo Jesper Halle, aquela companhia
apresenta, em colaboração com a Embaixada da Noruega e o Festival de
Almada, uma exposição constituída por dez posters alusivos ao teatro
de Ibsen, o grande dramaturgo da Noruega, que foi um dos fundadores
do teatro moderno.
HENRIK IBSEN
Henrik Ibsen (Skien, 1828 - Oslo, 1916), dramaturgo e poeta
norueguês, é o principal representante da literatura escandinava do
século XIX, tendo dedicado toda a sua vida ao teatro como director e
autor.
Filho de um comerciante arruinado, aos vinte anos já tinha
escrito a sua primeira peça. Em 1851 foi nomeado director do Teatro
Nacional de Bergen e adquiriu uma grande familiaridade com a vida
teatral. A sua obra conheceu bruscos altos e baixos de êxito e
fracasso e, no final da sua vida, Ibsen alcançou a glória e o
reconhecimento dos seus contemporâneos.
Há dois temas constantes no teatro de Ibsen: a vocação
individual e o combate sem tréguas de forças opostas para formar o
destino do homem. A sua forte personalidade manifesta-se em dramas
históricos baseados em lendas vikings (O Túmulo do Guerreiro), obras
de tema clássico (Imperador e Galileu), teatro social (Um Inimigo do
Povo) e simbólico (Bygmester Solness), dramas psicoideológicos (Casa
de Bonecas, O Pato Selvagem, Espectros) e temas fantásticos (Peer
Gynt).
FOYER DO NOVO TEATRO MUNICIPAL DE ALMADA (ALMADA)
De 5 a 18 de Julho